segunda-feira, março 20, 2006

«Era corromper o nevoeiro. Ver as estrelas cair como pardais a desmaiar ao vento. Tiro certeiro no peito. E agarrar o corpo ao chão com medo de cair mais ainda. Um suspiro. Uma nuvem que passa e traz consigo cinco segundos de silêncio. Talvez quatro. Pegar num guardanapo e nele escrever um poema. Limpar a boca. E deixá-lo voltar à cozinha no prato. Fazer alguém feliz com a recordação de um amor que nunca viveu. E sonhar. Porque se os outros estão bem, eu estarei bem. E é a vida que se ilumina. Que se cospe dos murmúrios depressivos do passado. Falar francês porque quero. Porque não sei. Porque quero fingir. E “o poeta é um fingidor”. E gosto de Pessoa. E gosto das pessoas. E do mundo e do sempre e do nunca e do tarde e do cedo e da sorte e do azar e do sim e do não. E de escrever palavras sem sentido. Sem regras. Porque um dia alguém me disse “Quando quiseres que tudo pareça ter mais significado, diz coisas sem sentido. O que tem sentido nunca tem significado”. E eu gostei. E eu ouvi. E eu digo. E porque sim.»

Devaneio mental…

4 Comments:

Blogger Unknown said...

E porque sim!

Também gosto de Pessoa e de pessoas =P

Fossem os devaneios mentais de toda a gente como os teus...

Às vezes não chega os outros estarem bem para nós estarmos bem... mas sempre ajuda um bocadito...

E voar? E irmos ao Porto? E olhar o Douro?

lol

És grande! Demasiadamente grande!

Beijão **

5:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

amutiii **********

sabs kés linda i k transcend-m. tns puder,és puder..j to dixe.

kd tivers mal diz..pk eu to aki..
ñ sei bm pra k, ñ sei bm pk..ms to.1dia tlvz tenh sgnificad..1 dia..
j k hj to mal e sm vontad d ser km sou..

**************

6:05 da tarde  
Blogger pedro said...

E são frases curtas de quem não espera o tempo que passa sme nunca perder o sentido do que já passou. É queres ter um sentido insignificado de nada do que é. É olhar-te e perder-me. É sentir o sentido de não se sentir nada. É olhar para os teus olhos e chover sal dos meus. São palavras que se perdem porque o nevoeiro é demasiado denso para ser penetrado pela espada que parti nos combates travados por ti, pela tua alma. Sentido que nunca foi real, verdade que não espero que retribuas. Mas deixa a ilusão, deixa ser real, em mim. Deixa que eu gosto. Porque foi ouvido. Porque me perdi. E não me quero encontrar. Não quero. Não sem ti. Não sem o teu olhar...

"Parece às vezes que desperto
E me pergunto o que vivi,
Fui claro, fui real, é certo;
Mas como é que cheguei aqui?"

3:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tomara eu ter devaneios como os teus sua despenteada mental ! Está lindo e adoro o nome do teu blog e a sua definição encaixa perfeitamente no teu estilo de escrita.

Adoro-te

6:08 da tarde  

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