terça-feira, julho 18, 2006

D.Q.N.C. - parte 10 - capítulo 3

Exame amanhã... E depois de amanhã encerro uma semana para férias...

«Não me disseste nada, mas senti que se fez luz na tua cabeça. Olhaste-me fixamente durante uns momentos. Nunca mais te lembraras do armário e agora, de repente, lá passeavas tu outra vez tentando abri-lo com o pensamento. Guiei-te pela mão até à cozinha e, sem dares por isso, ia observando o teu interesse perante o móvel. Fixaste-me.
- Os teus pais deixaram-no aqui?
Assenti.
- Provavelmente a madeira está muito podre e deve estar vazio…
- Nada disso.
- Não?
- Eu vim cá hoje para o levar, a minha mãe quer dar-to.
Adivinhava-se a confusão total na tua cabeça. Procuravas palavras que se desfaziam antes de te saírem da boca.
- A sério. Sabes é que nunca foste muito discreta.
Ficaste preocupada, tinhas medo que a minha mãe achasse que cobiçavas o móvel aquando da herança ou assim. Tranquilizei-te, a minha mãe era mulher esperta o suficiente para distinguir cobiça de puro fascínio. Acalmaste-te, a tua curiosidade sentia-se ao toque na tua pele.
- E então, amor, a chave?
- Que chave?
- Não esperas arrombar o móvel, pois não?
- Não, não está fechado.
E ri-me novamente. Nunca tinha estado fechado, tu percebeste-o e olhaste-me enfurecida. Tanto tempo a pensar no conteúdo do armário e podias pura e simplesmente tê-lo aberto. Pedi-te que te sentasses numa das velhas cadeiras de madeira que restavam, fizeste-o. Rangia sempre que respiravas, já te imaginava no meio do chão. Procurei qualquer coisa que pudesse servir para te tapar os olhos, olhavas desconfiada longe de adivinhar o que planeava. Todos os panos estavam cheios de pó, queria vendar-te os olhos não meter-te no hospital com uma alergia. Nada. Meti as mãos aos bolsos em submissão, o meu plano estava furado. Senti algo na mão, o meu lenço italiano de assoar.
- Não estás a pensar tapar-me os olhos com isso, não?
- Não te preocupes, hoje ainda não me assoei… muito.
Tentavas impedir-me. Disse-te que estava a brincar, aceitaste muito a contra gosto. Abri o armário, não tinha chave mas precisava de alguma mestria para o fazer. Ouvias as portas ranger e estremecias. Um cheiro a nostalgia, recordações e ervas aromáticas invadiu toda a casa.
- É o armário das especiarias.»

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

agora é que vem aquela parte em que descreves o armário da menira mais fix que já me disseram que viram escrita =D

estou em pulgas ^^


***

12:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

*maneira

ai o meu português xD


***

12:13 da tarde  
Blogger Unknown said...

lindo... oki... pera...

fui consumido pelo "douro que nos consome"!

sim?

não?...

de certeza? =S

eu quero um postal!! tenho de te dar uma morada pq eu quero um postal teu!!!

kiss ***********

8:01 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá queria dzr q gostei do q li, como tds q têm bom gosto,e só nao li o resto pq sei q vou me chatear por nao ler o livro todo. se houver oportunidade d tê-lo em mãos. Por favor contacte o "santeago" teu friend.( parece um contra-senso,fazeres isto por mim, mas nao tenho outra opção)
um abraço e boa inspiração.
(diamantno@gmail.com)

4:45 da tarde  

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